Textos


Elizeu trabalhava no extinto Banco Auxiliar há anos, continuava
caixa desde o casamento com a fogosa e alegre Gorethy.
No trabalho era calmo e companheiro de todos, tinha sempre
uma boa história e tempo para as histórias do colegas.
Sua função como caixa executivo, além do atendimento direto
na troca de cheques e pagamentos dos tributos, era a de
compensador. Participava ao final do expediente, juntamente
com os demais colegas das outras agências, num ritual no mínimo 
curioso para quem passava ao lado do Banco do Brasil na rua
13 de maio esquina com a rua Dom Aquino, formava uma fila, na
sua maioria homens, com o malote nas mãos, mesmo que o dia
estivesse chuvoso, a diferença ficava por conta dos guarda-chuvas.
E chamava atenção não só por isso, mas, também pelas gargalhadas
e brincadeiras que protagonizavam enquanto o portão não abria.
Certa vez de férias, passeava com o filho e passou pela calçada na
hora da troca de cheques. Viu alguns colegas e foi cumprimentado
pela maioria, aquela situação chamou atenção do filho,
que foi logo perguntando:
_ Pai, o que seus amigos estão fazendo ai?
_ Essa é a Compensação do Banco do Brasil.
_ Compensação? Como assim?
Após longa explicação, e percebendo que o filho não entendeu
nada, disse na esperança de que a dúvida se resolvesse:
_ Filho, vamos fazer assim... É só uma suposição, mas, imagine
o seguinte, se nós chegarmos em casa e encontrarmos a sua mãe
com outro homem... O que seu pai é?
_ Beeeem, desculpa ai né pai, mas, o senhor é um corno!
O pai olhou para o menino e com um sorriso de canto de boca
respondeu encerrando o assunto.
_ Pois é... Em compensação você é um filho da puta!


LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 24/01/2013
Alterado em 24/01/2013


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